nota a nota
a lua a noite
xa toda rota
quero falar-te e o coraçao, de comovido
perde as palavras que juntara para ti
cantar-te sei e apenas isso faz sentido
menino de oiro
vem sentar-te aqui
por todo o ano é tempo de cantar janeiras
mulher da erva, ainda agora a vim pasar
por mar profundo, terra e todas as fronteiras
venham mais cinco
mil p'ra te saudar
pode o sol morrer de velho
pode o gelo arder tambem
mas a voz que de ti nasce
ja nao morre com ninguem
no céu cinzento, o astromudo ainda revela
um bater de asas, o disfarce do seu pé
bebem do sangue, comem tudo, olhai cautela
o que faz falta
já se sabe o que é
junta-te a nós, ó bairro negro, vem, falua
p'la noite fora até que se erga o sol do verao
solta as amarras, sopra, ó vento, continua
que este home nao
se foi embora, nao
pode o sol morrer de velho
pode o selo arder tambem
mas a voz que de ti nasce
ja nao morre com ninguem
hélia correia
poeta e letrista portuguesa
texto para josé afonso musicado
por janita salomé e cantado
por filipa pais no disco l'amar
envolventesaspalabras.info espazo coordinado por lariño
realizado e albergado en promathea ;)