12-4-2011

cantiga do desemprego


Fumo un cigarro deitado

no mês de janeiro
fecho a cortinad avida
espreguiço em Fevereiro
e procuro trabalho
nesta esperança de março

Já me farta tanto Abril
e aquilo que nâo faço
espreito por un funil
a promessa de Maio
porque esperar prometido
nessa eu já nâo caio

Queimo os dias de Junho
no sol quente de Julho
estrego as mâos de contente
num sorriso de entulho
para teu grande desgosto

Janto contigo en silêncio
e lentamente esquecido
digo-te adeus em Agosto
meu Setembro perdido
numa esquina que eu roço
e penso em Outubro
o menos que posso...

Mas quando sinto a verdade
daquilo que cansa
nunca houve vontade
do tempo de andança
sinto força em Novembro
juro luta em Decembro

fausto

trovador portugués
da cançâo de intervençâo
con este tema dos setenta
hoxe tan tan vixente
coa esta imaxe do seu disco
madrugada dos trapeiros