08-3-2012

poemas do mundo e meio




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Costuramos histórias com o barro

nas jornadas de lua,
lume em dor.
Prendida está a tardinha por sonhar
quando tenden as irmás carícias
sobre a areia do mundo,
este châo de dança e solidâo
esperança telúrica dos ventos
que nâo sabem calar,
nós...

              ll

Sentamos ao pe das carbalheiras
entre fontes aínda.
O nosso som tem o eco das cantigas velhas,
margems de histórias a navegar
águas quotidianas de conversa
que escrevem alboradas
milénios de filha a herdar
os segredos do ventre
e os caminhos
amigas do cervo junto ao mar

                lll

Nâo queremos mais vermelho que o da vida
ao pé dos leitos e os fogôes,
nâo queremos mais amor que o mesmo amor
quando enchemos os copos deste tacto
em ágape de lua a mundo e meio
meio mundo somos e sabemos
escrever no tempo de sonhar ,
páginas de longa e velha paz

iolanda aldrei

poema do libro colectivo
mulheres entre poesia e luita
assembleia de mulheres do condado
condadolilas.blogspot.com