nota a nota
a lua a noite
xa toda rota
eu canto para ti um mês de giestas
um mês de morte e crescimento ó meu amigo
como um cristal partindo-se plangente
no fundo da memória perturbada
eu canto para ti um mês onde começa a mägoa
e um coraçao poisado sobre a tua ausência
eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mes
em que os mortos amados batem a porta do poema
porque tu me disseste: quem me dera em lisboa
quem me dera em maio, depois morreste
com lisboa tao longe ó meu irmâo de maio
que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro
eu canto para ti lisboa á tua espera
teu nome escrito com ternura sobre as águas
e o teu retrato em cada rua onde nâo passas
trazendo no sorriso a flor do mês de maio
porque tu me disseste: quem me dera em maio
porque te vi morrer eu canto para ti
lisboa e o sol, lisboa com lágrimas
lisboa á tua espera ó meu irmâo tâo breve
eu canto para ti lisboa à tua espera
manuel alegre
poeta portugués de intervençâo
moitas veces musicado e cantado
por adriano correia de oliveira
imaxe da caratula dun disco seu
e 25 de abril sempre
envolventesaspalabras.info espazo coordinado por lariño
realizado e albergado en promathea ;)